segunda-feira, 6 de dezembro de 2010

Criptografado e velado


Depois de muito tempo. Voltei a rascunhar textos que nem sei se pretendo postar, não me dou bem com a escrita, a minha hermenêutica, não é a mesma que a sua, meu português não é o mesmo que o seu.

Para falar a verdade não acredito que falemos a mesma lingua, há coisas que as palavras não podem alcançar, por isso ultimamente eu prefiro pintar, e se eu fosse um homem das cavernas eu cobriria minha residência de tinta, não de letras, nâo de símbolos. De tinta.

Porque a semiótica já não me vale de porra nenhuma. Tem coisas que palavras nao explicam. Coisas criptografadas da mente. Meu verbo é ilusão. E a realidade um murro na boca.

Se eu disser sorvete cada um vai imaginar um diferente e enquanto a maioria da humanidade vai usar uma hermeneutica para algo saboroso, para mim só causa repulsa. Eu odeio sorvete mais que pombos. Mas como eu ia dizendo a minha hermeneutica não é a mesma que a sua, eu nao falo a mesma lingua que você. E meu idioma é trancado dentro de uma caixa que só eu entendo. Cansei de tradutores .

Tempo, coisa que não tenho.

Tempo coisa que não volta atrás.

Tic tac dor. Algo quebrou e faz tempo.

terça-feira, 25 de maio de 2010

Hermenêutica da loucura


Signos. Rascunhos. Letras. Traços. Rastros. O que diabos quero dizer com isso? Metáforas. Palavras perdidas. Escritas, riscadas, desenhadas.

Desenhada. E eu nao quis dizer nada com aquilo. Fico pensando e isso me irrita. Eu falo um outro português leitor. O meu proprio, e na minha hermeneutica ele nao é mesmo, não mesmo! O mesmo que o seu.

Repete. Refrão. Letra. Musica. Traço. Ponto. Toc. Toc. Gancho. Correção. Revisão. Revisitado, e aqui vão se passando os malditos dias do calendario. O que eu quis dizer não é o que voce pensou que eu quis dizer. Dizer. Verbo. Verso e um murro na alma.

Tic Tac. Brinquedo quebrado. E toda especie de relacionamento começa com uma dança em gelo fino. "Gato escaldado tem medo de agua fria?" Repetição. E depois de anos a mesma situação se repete com personagens diferentes.

E a minha Hermeneutica continua não sendo a mesma que a sua. E a sua nova semiótica é inutil, completamente inutil, porque palavras nao alcançam muitas coisas, as estrelas por exemplo. O que tem elas? "Então minha cara, se estivessemos cara a cara eu te provaria o quao inutil é a sua semiótica" E sabe o que é mais engraçado? E aqui me refiro ao mais engraçado nesses debates.

Por gostar de conversar com alguem, pela segunda vez na minha vida uma situação se repete e as conversas terminam, e o gelo se quebra. Se parte sob os nossos pés. Hipotermia. E eu ja nem sinto meu coração bater. Ainda mais quando as coisas perdem o encanto. Para que ver um filme se ja se sabe o final? E este trecho sei que vocês duas vão entender errado, se cada uma ler. A cada dia que passa afinal eu me espanto com quem le estas porcarias que escrevo. Eu to meio decepcionado agora. Amanhã ja passa. Eu acho.

A sua hermenutica nao é a mesma que a minha. E a raposa do pequeno principe é uma chantagista do caralho. Palavras. Versos . Verbos. E sinceramente, o encanto se foi com o gelo sob os pés.

"Alguem ai quer pular de pará-quedas?" Metáforas. Alusões. Ilusões de letras. Voce acha que sabe o que eu penso. Mas e se a cada instante minhas opiniões mudassem como sopra o vento? Inconstante. Inconsequente. E altamente desinteressado em coisas que não façam meu coração bater. Tic tac. Eu queria ao menos sentir medo. E não saber o final do filme.

Signos, simbolos, letras, versos rasgados da pagina, tic, tac, e eu fico pensando, acelerado, nos meus atos, em voltas, virgulas e vortices de tempo, qual dentre eles levou a tudo isso? Eu só queria dizer, na minha hermeneutica da loucura, o quao curioso estava em entender você. Mas na sua hermeneutica algo que eu disse era outra coisa. E para mim acabou o encanto, como ler a pagina final do livro. e talvez nada daqui que eu diga serviria para voces duas. Personagens repetidas, com nomes diferentes, nesta nova-velha historia.

E nesta ponte de tempo 2008 encontra-se com 2010, trocando os nomes dos interpretes, dentro da mesma cena, mesma situação. Eu falo outro português. E o meu idioma nao é o mesmo que o seu, a sua hermeneutica nao é a mesma que a minha. E eu quis dizer outra coisa, mas nenhuma das duas entenderam o verbo escrito, em versos de vida e tempo.

"É francamente, queria entender qual o padrão no qual eu mesmo me prendi"

Tic Tac

O tempo é um dançarino.

Tic Tac

O tempo é um grande malandro

Tic Tac

"Crec"

"Que diabos será que eu quis dizer com aquilo?"

"Se eu disser que estava bebado serve de desculpa?"

Recortes e colagens de tempo.

Repetição. Passos. Dança. Gelo.

Refrão. Eco...E eu cansado calado em meu canto.

Só porque meu portugues é diferente do seu.

E a minha hermenêutica, é a da loucura

E ela ri e grita na noite escura, trancada dentro de suas proprias metáforas. "Da proxima vez me pergunte o que quis dizer com aquilo".

Campos minados. Pontes derrubadas. E eu ocupado demais para fazer uma boa faxina, onde nada, na verdade é certo, nem significantes, nem significados. Agendem um dia, se alguem quiser que eu explique a piada. E se for contar outra, que seja das boas. Tic tac. Crec.


quinta-feira, 1 de abril de 2010

Carta aos Moradores de Eldorado


"És como um céu de outono, róseo e luminoso!
Mas a tristeza em mim é qual o mar que avança
E deixa, ao refluir, sobre meu lábio umbroso
O amargo travo de uma cáustica lembrança.

- Sobre meu peito corre inútil a tua mão;
O que ela toca, amiga, é um sítio devastado..."

Poemas, versos. Trechos e fragmentos. Se minha alma expelisse para fora certas cicatrizes talvez houvesse cura. Todos tem problema. Uns tem gripe. Outros tem cancer e garanto que nenhum deles esta satisfeito com o que tem.

Tempo. Como conta-gotas. Toluol. Tolueno. E o antigo trampo acenando para eu voltar com seus frascos e vidros e plasticos e liquidos. De todas as voltas que eu não sei se pretendo fazer em definitivo. Nocivo. Venenoso. Corrosivo.

Queria correr daqui. Ir para as montanhas. Ler um livro. Terminar de ler outro.

Peixinhos dourados deveriam manter distancia destas linhas turbulentas-tortuosas. Eu trago tempestades e terremotos e Eldorado foi engolida na ultima inundaçao. Alguns perseguem o amanhã na outra ponta do mundo. E eu persigo imbecilmente meu proprio rabo.

"O que voce vai fazer la? La não tem nada, só frio e bacalhau, nao tem nada para ver"

Frases recortadas e eu ainda assim quero pagar para ver nem que o hidromel seja bebido in memorian. Seriam os cascos dos cavalos das valquirias ou trovôes perdidos na noite escura? Uns tombam em batalha, outro envelhecem. Uns buscam paz, outros a guerra os persegue onde quer que vão.

"Não brinco mais"- Esta frase é minha.

"Mancada master"- E voce tentou adivinhar pessimamente os motivos. Eu nao penso linear.

"Desceu pro play tem que brincar" - Nossa como eu queria te cobrir de porrada por isso.

Detesto demais ter de me explicar, como se ja nao bastasse satisfações serem cobradas, pior é nao ser ouvido quando se faz necessario. Eu atraio gente intransigente ou louca.

"Queria poder te explicar. Mas nao por e-mail, nao foi por nada disso que pensou, ou conclusao que chegou. Mas enfim to cansado de explicar minha linha de raciocinio para todos.

Me perdoe mesmo. Jamais descartaria sua amizade..."- Trecho de um e-mail que foi bloqueado por algum filtro, e foda-se, me da raiva de ter sido interpretado errado.

Por outro lado. Eu nao quero certas pessoas mais rondando meu quintal, muito menos que pisem em solo sagrado com os pes imundos, tambem nao quero gente que entre sem bater na porta ou sem ao menos perguntar se algo que esta na cara que vai me incomodar, se vai mesmo me incomodar. "Pelo menos deveria ter perguntado"

Ja nao me bastassem problemas, e Eldorado estar longe. Não bastasse eu ter perdido a porra do mapa no desvio em Albuquerque. Nao bastasse eu ter perdido os parafusos na ultima turbulencia, fica um peixinho dourado rondando a minha volta, nao sei se eu abraço e esmago essa doce criaturinha no aquario ou se dou umas pauladas e ponho ela para correr. Não sou boa companhia nem para mim nestes dias. Queria poder me ausentar das pessoas.

Sei que tem gente que le e se regorzija, alguns conquistam a vitoria em sua pequeneza.

Eldorado nao existe.

Paz nao existe.

A minha esperança nos seres humanos não existe.

Sempre pensei que eu era um cara que morreria abraçado as minhas crenças, mas sinceramente, prefiro morrer abraçado na minha palavra dada, pois para eu fazer isso vou ter pensado e analizado um milhao de vezes antes de faze-lo...E minhas crenças meus caros podem mudar a qualquer momento.

Tic tac tempo

"Falhei abissalmente em ter esperança na humanidade"

Sigo pela estrada ja exausto, e cansado de estragar certas coisas, as poucas que ainda me sao preciosas, nem que sejam poucas pedras destroçadas, as ruinas de Eldorado, nao por seus tijolos de ouro.

Cansado e caminhando e pensando o que nunca ocorreu a ninguem neste mundo, que talvez fossem as pessoas, o grande tesouro de eldorado. E que as pedras, fossem somente pedras.

Cansado em nivel molecular. Pensando em Eldorado.

O tempo é ilusao. Estrada e bifurcaçao. "Peixinho dourado, cai fora daqui!"

Estrada e nada resta aqui.

Mas os moradores de Eldorado debandaram, esperando os perseguidores do amanhã. Sempre buscando o raio de sol perfeito. Cronometricos. Metodicos, insatisfeitos, eternamente. Tic tac.

Estrada e o rumo que eu quero agora pode ser diferente do amanhã , que é outro agora. Livre-arbitrio existe? Ou nossas escolhas sao viciadas por toda sorte de cicatrizes que carregamos?

Eu nao creio em mais nada. Muito menos em você leitor. Tic tac, o homem-de-lata, sem coração, sem rumo ou direção, caminhando exausto pela estrada e querendo parar de sonhar. eu ando muito fatalista estes dias. Sei como começa, sei como termina e..."Não quero mais brincar"

Aos moradores de Eldorado, onde quer que estejam, se tentarem me provar o contrario, estejam prontos para a guerra, pois eu nao quero mais merda de paz nenhuma. Buscar por ela só piorou meus problemas.

Eu vou zarpar daqui, este ponto nao é o que quero e nao tem o banco do carona. Cansei. Cansei.Cansei abissalmente. Campos minados armados novamente.

Dia dos tolos, mas nao há uma mentira sequer neste post.

sábado, 27 de março de 2010

Um drink no caos


Se eu pudesse recortar o tempo e colar como figurinhas em um album. Se eu pudesse reconstruir fatos e escolhas. Se eu pudesse parar de me fazer tantas perguntas. "Se o pica-pau tivesse avisado a policia isso jamais teria acontecido". Troca o canal. Em um velho botão que gira de um modelo de televisao sharp de 1979. Controle remoto com fio.

Tempos remotos.

Efeito borboleta é um termo que se refere às condições iniciais dentro do que se conhece por teoria do caos. Analisado pela primeira vez no ano de 1963 por um tal de Edward Lorenz.

Interessante saber que os movimentos caóticos analisados em gráficos, passam do aleatório ao padronizado, apos uma série de marcações, aquele gráfico passa a ter o formato de borboleta. Caos. Existe mesmo caos leitor?

As perguntas movem o mundo. As perguntas são o mais perto do moto-continuo que podemos chegar, creio eu em minha limitada percepçao. O caos só é caos por que esta sendo visto de perto. Existe caos leitor?

Existe caos? Ou isso tudo é sacanagem?

" O bater de asas de uma borboleta pode causar um tufão do outro lado do mundo" Recortes. Fatias de tempo. Tempo em compotas. E eu aqui pensando sobre escolhas. Movimentos. Xadrez e tinta.

Tem tanta tinta dentro dos meus pensamentos que ela anda transbordando. O problema de certas transparencias, ao serem interligadas as escolhas de outras pessoas esta causando uma brisa na minha rota previamente traçada. Da mesmo para programar meu amanhã? Creio que nao leitor. Apenas existe o agora, mesmo o hoje é uma ilusao. E a cada nanosegundo somos arrastados pelo universo num eco de big bang. Quando ultrapassa-se o som o que existe em seguida? A explosao inicial dos tempos ainda ocorre agora? Somos um hiato?

Escolhas, tempo, caos. 6 bilhoes de seres humanos na terra e muita gente trepando para aumentar a populaçao. "Crescei e multiplicai vos". Mas o que isso tem a ver leitor? Não sei. Mas eu me pergunto muitas coisas todos os dias.

"Eu amo o longe e a miragem" e imagens recortadas de tempo invadem minha mente, minhas escolhas destes ultimos dias parecem dados viciados. Qual o seu vicio de hoje leitor? Arrumou algum novo? Ver a televisao e torcer por uma condenação?

Pensamentos. Tempo. Agora.

E eu querendo ancorar em um ponto que passa diante dos meus olhos, mas minhas escolhas andam como dados viciados. Eu ja sei como começa, faço ideia como acaba, entao tento me manter fora do ciclo. Alguns diriam "Isso é coisa de gente covarde". Uma frase que ouvi e me fez pensar.

Eu por minha vez penso que é coisa de gente cansada. Eu to cansado. Vendo as coisas muito de perto e sem vontade de dar alguns passos para tras e tentar ver de verdade o panorama. Queria comprar uma passagem para Tijuana. Queria estar em Oslo agora. Queria beber Hidromel. Tudo isso agora.

Meus pensamentos estao permanecendo fixos em um ponto e o controle do canal emperrou.

"E agora José?", aquele José que não é o Régio, aquele jose que nem sequer existe, pois nao se chama José.

Tantas horas e voltas, tanto tempo e tao pouco tempo ao mesmo tempo agora , enchendo um buraco de vazio, um refrão. Repetição proposital sem proposito. E eu sentindo a gravidade esmagar meus ossos. E sentindo tanta dor na propria alma, porque meus caros leitores, perguntas pesam tanto?

E eu? Eu nao quero o aqui e o agora. Eu busco apenas o agora, onde quer que ele esteja, e eu to querendo zarpar daqui, mas algo em mim insiste em ancorar e ficar admirando o panorama, como uma brisa. E eu nao quero acordar, não hoje. Agora sim.

Tempo

Tic tac.

Eu risco e rabisco e queria descontruir a tinta.

Entender a tinta.

Analisar a tinta.

Dançar no gelo fino. E contar historias sobre pinguins e ursos polares.

Um drink no caos.

Um brinde ao tempo.

Uma dose de sonho mesclada ao agora.

Tem uma brisa me alcançando.

Mas eu suspeito que seja apenas o caos
que precede o terremoto.

"Eu gosto de terremotos" e poucas pessoas na face da terra entendem o que eu realmente quero dizer com isto. E dezembro ainda é um lugar longe no calendario.

terça-feira, 9 de março de 2010

"Foda-se"


"Não brinco mais"

Sabe tem horas que dá vontade de pegar a bola do jogo colocar debaixo do braço e ir para casa, bancando a criança chata. E ainda falar "Foda-se" antes de sair. Mostrar o dedo médio e ainda abrir um sorriso.

Ultimamente eu venho utilizando de um certo autismo para tentar me desligar de outras coisas, mas sinceramente acho que cada bolinha que eu faço no caderno é um pensamento incomodo que eu tento converter em algo bom. Um desenho. Ajuda a distrair, a relaxar.

"Sorria e acene!"

Na primeira vez pode até ser engraçado porque eu pensei "ah!é piada"...na segunda ja estou sorrindo amarelo , na terceira rindo de nervoso, e eu aqui tentando controlar meu genio ruim. Mas é foda lidar com o ser humano.

Chega a ser piada, algumas das personagens se vestem até de palhaça, e vem com calvice ao inves de caspa e mesmo assim acham que tem um problema. Não entendeu a anedota? Foda-se, oras!

Certas ladainhas andam me irritando, mas eu sei que se eu explodir na hora é pior, estou treinando esfriar a cabeça primeiro e chamar para conversar depois, se não funcionar, eu volto ao metodo antigo, errado por errado, no metodo antigo eu ja sabia que ia dar merda mesmo, mas pelo menos eu só precisava me preocupar em juntar os destroços depois ou passar por cima deles "Foda-se"

Estou falando de varias coisas, e de porra nenhuma para variar. Hoje eu nem to conversando com o leitor, ele que se foda. Hoje eu estou aqui com meus pensamentos e ninguem mandou vir aqui e ler.

Foda-se.

"Bom dia!"

"Foda-se"

Eu gostaria de ser menos inquieto, se eu fosse um cara conformado eu creio que seria mais feliz, é complicado lidar com o jeito do proximo, e o exercicio da tolerancia ultimamente esta como uma represa prestes a romper. Ou seja, faltam dois palitos para eu devolver naquilo que eu entendo por ser na mesma moeda.

Eu só nao apertei o botão do foda-se ainda por mera cautela, ou preguiça, sinceramente eu nao sei assim de verdade o motivo, ás vezes eu me pergunto porque eu tento persistir? Basta eu abrir a janela de casa e eu ja tenho a resposta. Eu deveria me conformar que as coisas sao como são. Mas sei la nao sou adepto a conformismos, essa é a merda. Se não ta bom e nao tem conserto chuta, pior nao fica. Não sei o que é pior uma pessoa futil, ou uma pessoa que tenta ser politica. E sinceramente? Eu acho que eu venho tentando fracassadamente ser politico e isso é meio que contra minha natureza. Meio???

Graças a deus eu nunca fui diplomata. Não tenho vocaçao para isso, mesmo.

Então "FODA-SE"






quinta-feira, 28 de janeiro de 2010

Sábios conselhos de José Cuervo


"O Senhor Jose Cuervo estava certo!"

Sentenciado com sal e limão. Constatação feita ao som do copo preenchido e as questões de "ele está meio cheio ou meio vazio" desaparecem simplesmente. Um brinde a todos os leitores. O tempo estala o vidro e segue em areia derramada pela ampulheta. Ela gira. Ele gira. Um gole de tequila. E o tempo segue solto, derramado a sua frente. Dançando sequencial e metódico.

Ele passa , quer você queira ou não.

A mente brinca. Ludica em ilusões de tempo seguindo desordenada como boa ouvinte. Delirante a mente escapa. Sintonizada a mente segue entre verdades e mentiras.

Todos os bons conselhos de José Cuervo, o tempo todo girando como ervilhas em tampinhas nas mãos do malandro. Questões. E se perguntar demais ás vezes faz bem, ás vezes faz mal. "Mais um pouco de tequila e sal e limão."

Dose. Outra dose. E o doce tempo, empurra outro copo no balcão do bar.

"José Cuervo é mais sábio, que confúcio".

"Confuso isso irmãos"



"Pergunte-se" Aconselha em uma conversa de canto de bar, naquela penumbra onde razão e sanidade são palavras esquecidas nos verbetes do dicionário da taverna. O nankin rabisca um velho desenho. "Ainda não são seis horas"

O tempo é um malandro a girar ervilhas. "Onde ela esta? Onde ela esta?" Façam suas apostas.
A sabedoria dos conselhos de Jose Cuervo. E eu aqui me perguntando enquanto espero novos velhos conselhos em gotas. Ou talvez isso fosse outro tempo. Um outro eu que espera. E daqui de onde estou consigo ver melhor o passado e simplesmente o presente, dançando em doses certeiras de tequila. Apenas conselhos. Repetidos três vezes até o tempo cair de bebado entrelaçado em sua própria insolita vazão.

Tequila. Agradável dama. Embora eu não a beba, faz tempo. Lembranças.

O tempo em algum lugar incerto, esperto, desperto. Desesperadamente a mente brinca com você leitor no espaço vitreo da dose de tequila, embora ela não exista de verdade, e tudo que os senhores e senhoras leiam aqui sejam luzes soltas na rede, nem letras sequer são.

Poema em prosa e paragrafos.

Tudo é ilusão. e para aquelas questões que nem a semiótica é capaz de responder. onde verbos, versos , simbolos, signos e significados se contorcem e desaparecem. Nesse estranho limiar onde a linguagem se autoconsome e do sólido sublima eterea em sua frente.

Cá está novamente o Senhor Jose Cuervo dando seus bons conselhos.

"Ei cara, manda girar a tampinha e tenta encontrar a maldita ervilha" O tempo é só um malandro, e nos meandros da sua própria mente a cada dia que passa você está mais e mais certo disso. "Será?" E tudo se resume sempre as escolhas. As minhas as suas e como elas se interligam.

"Um brinde para um bom amigo"

O problema de ouvir Jose Cuervo, é este, ele não sabe se é realmente um sábio. Muito menos você, então para que dar ouvidos a ele?

A repetição é proposital. Estrofe. Refrão. E na canção do tempo, em seu próprio coração. O próprio tempo esperaria os conselhos de Jose cuervo? Em uma encruzilhada onde todos são bons e velhos malandros, a se reencontrar. E a isso chamamos de Deja Vu. "Onde eu ja vi isso antes, e sei como acaba"

Um velho macaco.

Macaco velho.

Tempo.

Apenas um brinde. A todos. "Boa noite senhoras e senhores"

domingo, 17 de janeiro de 2010

Fichas de poker, gotas de chuva.


Do lado de fora a chuva vai batendo na janela e eu aqui com meus pensamentos em frente ao computador. Leitor, estou pensando em gotas e copos dágua.

Estou pensando em um turbilhão de coisas, ontem cheguei todo molhado de chuva em casa.

"Onde esta seu guarda-chuva?"

"Esqueci ele de novo"

Sinceramente nem me preocupei com a chuva, estava na cara que seria inevitável que ela caisse, que ela me encontrasse no meio do caminho e que eu chegaria em casa pingando. Causas e consequencias. Sequencias de idéias.

"Onde você estava ontem?"

Eu não me preocupo muito com o ontem. É com o hoje que eu devo me preocupar. "Será mesmo?" A vida não começa a partir de hoje, ela acontece, sequência, inconsequências, um jogo de dominó, embora eu preferisse poker, ao passado eu chamo de referência. Mas e ai? Terapia? Camisa de força? E coisas assim? Enfim é de mim que se trata. E dentro da minha cabeça eu dou risadas. Tão altas quanto os trovões das tempestades.

O tempo deveria te dar pelo menos três tentativas para a mesma cena, só para saber qual a consequência de cada uma delas e você escolher a que fosse melhor, sinceramente, tem horas que eu penso assim, você ai lendo nao precisa concordar comigo, mas é um ponto a se avaliar. Pelo menos eu acho valido.

Quando chove em você e a água fria vai escorrendo pelas suas idéias e você ali querendo não ser um ser por determinada fração de tempo só para poder entender o próprio "não-entender". Fez sentido? "Se fez sentido me explica". E assim de frases soltas no tempo o vento e a chuva vão martelando a janela. E meus olhos. E meu tempo. Tic tac. Sopro, gotas, pulso. Respiração.

E o tempo escorre no vidro, tatil e etéreo ao mesmo tempo, sinapses, vontades. Eu queria saber qual dos caminhos é o melhor. Não necessariamente para mim, mas para o conjunto, nenhuma escolha afeta isoladamente um individuo, apesar de meu egoismo achar que sim. Me dizer que só afeta a mim, eu sei no fundo que nem é bem verdade.

Interligados. Seus atos, meus atos e a isto chamamos de humanidade, mas o povo passa apressado em suas metrópoles individuais. E a chuva vai lavando a todos, levando a todos indistintos em seus caminhos.

"Eu queria três tentativas para a mesma cena" e descobrir qual delas não é uma cilada. As fichas vão sendo jogadas na mesa e cada um jura de pé junto ter o melhor jogo, alguns blefam, outros não. Mas a chuva la fora nem liga, ela faz seu papel de tempestade. Força da natureza. Indistinta. Nem boa nem má de verdade.

domingo, 10 de janeiro de 2010

Ponderações atrasadas das festas.


Ok, eu roubei essa imagem de algum outro blog ou fotolog ou sei la , nao coloquei créditos pois nem sei de quem é este desenho, mas ele resume perfeitamente a época de natal e ano novo... (Já falei para vocês leitores, que não sou muito fã das festas de final de ano?)

Engraçado , veio sorreteiramente chegando o ano novo e eu tive a brilhante idéia de ir rever pessoas que não se dão bem, em um lugar longe da civilização. Acho que só tive essa ideia muito Brilhante, por fazer muito tempo que não via certas pessoas interegindo socialmente e por breves instantes festivos eu ter esquecido desse detalhe peculiar.

Pior é ver fulana sendo grosseira com alguém que nunca viu na vida e ainda s achar coberta de razão. Acho que uma frase universalmente cabivel é "Meu, foda-se, não quero saber da sua opinião". Da série pensei , mas nao falei, por ainda em um esforço insano de manter a boa convivencia do referido dia festivo. No também referido lugar ermo.

"Eu quero ir embora daqui" Essa frase foi minha.

E recebo a seguinte resposta:

"Por que você nao pega carona por essa estrada esburacada, com aquele cara bêbado e chapado , afinal é ele quem estará ao volante, neste dia de chuva? Foda-se se ele bater a merda do carro e você se ferrar, eu preciso descansar e não to nem ai para esse lance natalino de sangue do mesmo sangue" . Da serie, a pessoa pensou mas nao falou...pelo menos nao com estas exatas palavras. Mas foi quase.


Nestas festas eu tentei fazer tudo certo e deu tudo errado hauhauahauh e de boas intenções o inferno está cheio afinal.

"Ei, o que você ainda está fazendo aqui? Não foi com o cara bebado de carona que eu gentilmente indiquei?". Nossa eu havia me esquecido como ela consegue ser uma pessoa adorável.

Famila ê

Familia A

Familia.