sábado, 27 de março de 2010

Um drink no caos


Se eu pudesse recortar o tempo e colar como figurinhas em um album. Se eu pudesse reconstruir fatos e escolhas. Se eu pudesse parar de me fazer tantas perguntas. "Se o pica-pau tivesse avisado a policia isso jamais teria acontecido". Troca o canal. Em um velho botão que gira de um modelo de televisao sharp de 1979. Controle remoto com fio.

Tempos remotos.

Efeito borboleta é um termo que se refere às condições iniciais dentro do que se conhece por teoria do caos. Analisado pela primeira vez no ano de 1963 por um tal de Edward Lorenz.

Interessante saber que os movimentos caóticos analisados em gráficos, passam do aleatório ao padronizado, apos uma série de marcações, aquele gráfico passa a ter o formato de borboleta. Caos. Existe mesmo caos leitor?

As perguntas movem o mundo. As perguntas são o mais perto do moto-continuo que podemos chegar, creio eu em minha limitada percepçao. O caos só é caos por que esta sendo visto de perto. Existe caos leitor?

Existe caos? Ou isso tudo é sacanagem?

" O bater de asas de uma borboleta pode causar um tufão do outro lado do mundo" Recortes. Fatias de tempo. Tempo em compotas. E eu aqui pensando sobre escolhas. Movimentos. Xadrez e tinta.

Tem tanta tinta dentro dos meus pensamentos que ela anda transbordando. O problema de certas transparencias, ao serem interligadas as escolhas de outras pessoas esta causando uma brisa na minha rota previamente traçada. Da mesmo para programar meu amanhã? Creio que nao leitor. Apenas existe o agora, mesmo o hoje é uma ilusao. E a cada nanosegundo somos arrastados pelo universo num eco de big bang. Quando ultrapassa-se o som o que existe em seguida? A explosao inicial dos tempos ainda ocorre agora? Somos um hiato?

Escolhas, tempo, caos. 6 bilhoes de seres humanos na terra e muita gente trepando para aumentar a populaçao. "Crescei e multiplicai vos". Mas o que isso tem a ver leitor? Não sei. Mas eu me pergunto muitas coisas todos os dias.

"Eu amo o longe e a miragem" e imagens recortadas de tempo invadem minha mente, minhas escolhas destes ultimos dias parecem dados viciados. Qual o seu vicio de hoje leitor? Arrumou algum novo? Ver a televisao e torcer por uma condenação?

Pensamentos. Tempo. Agora.

E eu querendo ancorar em um ponto que passa diante dos meus olhos, mas minhas escolhas andam como dados viciados. Eu ja sei como começa, faço ideia como acaba, entao tento me manter fora do ciclo. Alguns diriam "Isso é coisa de gente covarde". Uma frase que ouvi e me fez pensar.

Eu por minha vez penso que é coisa de gente cansada. Eu to cansado. Vendo as coisas muito de perto e sem vontade de dar alguns passos para tras e tentar ver de verdade o panorama. Queria comprar uma passagem para Tijuana. Queria estar em Oslo agora. Queria beber Hidromel. Tudo isso agora.

Meus pensamentos estao permanecendo fixos em um ponto e o controle do canal emperrou.

"E agora José?", aquele José que não é o Régio, aquele jose que nem sequer existe, pois nao se chama José.

Tantas horas e voltas, tanto tempo e tao pouco tempo ao mesmo tempo agora , enchendo um buraco de vazio, um refrão. Repetição proposital sem proposito. E eu sentindo a gravidade esmagar meus ossos. E sentindo tanta dor na propria alma, porque meus caros leitores, perguntas pesam tanto?

E eu? Eu nao quero o aqui e o agora. Eu busco apenas o agora, onde quer que ele esteja, e eu to querendo zarpar daqui, mas algo em mim insiste em ancorar e ficar admirando o panorama, como uma brisa. E eu nao quero acordar, não hoje. Agora sim.

Tempo

Tic tac.

Eu risco e rabisco e queria descontruir a tinta.

Entender a tinta.

Analisar a tinta.

Dançar no gelo fino. E contar historias sobre pinguins e ursos polares.

Um drink no caos.

Um brinde ao tempo.

Uma dose de sonho mesclada ao agora.

Tem uma brisa me alcançando.

Mas eu suspeito que seja apenas o caos
que precede o terremoto.

"Eu gosto de terremotos" e poucas pessoas na face da terra entendem o que eu realmente quero dizer com isto. E dezembro ainda é um lugar longe no calendario.

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