domingo, 17 de janeiro de 2010

Fichas de poker, gotas de chuva.


Do lado de fora a chuva vai batendo na janela e eu aqui com meus pensamentos em frente ao computador. Leitor, estou pensando em gotas e copos dágua.

Estou pensando em um turbilhão de coisas, ontem cheguei todo molhado de chuva em casa.

"Onde esta seu guarda-chuva?"

"Esqueci ele de novo"

Sinceramente nem me preocupei com a chuva, estava na cara que seria inevitável que ela caisse, que ela me encontrasse no meio do caminho e que eu chegaria em casa pingando. Causas e consequencias. Sequencias de idéias.

"Onde você estava ontem?"

Eu não me preocupo muito com o ontem. É com o hoje que eu devo me preocupar. "Será mesmo?" A vida não começa a partir de hoje, ela acontece, sequência, inconsequências, um jogo de dominó, embora eu preferisse poker, ao passado eu chamo de referência. Mas e ai? Terapia? Camisa de força? E coisas assim? Enfim é de mim que se trata. E dentro da minha cabeça eu dou risadas. Tão altas quanto os trovões das tempestades.

O tempo deveria te dar pelo menos três tentativas para a mesma cena, só para saber qual a consequência de cada uma delas e você escolher a que fosse melhor, sinceramente, tem horas que eu penso assim, você ai lendo nao precisa concordar comigo, mas é um ponto a se avaliar. Pelo menos eu acho valido.

Quando chove em você e a água fria vai escorrendo pelas suas idéias e você ali querendo não ser um ser por determinada fração de tempo só para poder entender o próprio "não-entender". Fez sentido? "Se fez sentido me explica". E assim de frases soltas no tempo o vento e a chuva vão martelando a janela. E meus olhos. E meu tempo. Tic tac. Sopro, gotas, pulso. Respiração.

E o tempo escorre no vidro, tatil e etéreo ao mesmo tempo, sinapses, vontades. Eu queria saber qual dos caminhos é o melhor. Não necessariamente para mim, mas para o conjunto, nenhuma escolha afeta isoladamente um individuo, apesar de meu egoismo achar que sim. Me dizer que só afeta a mim, eu sei no fundo que nem é bem verdade.

Interligados. Seus atos, meus atos e a isto chamamos de humanidade, mas o povo passa apressado em suas metrópoles individuais. E a chuva vai lavando a todos, levando a todos indistintos em seus caminhos.

"Eu queria três tentativas para a mesma cena" e descobrir qual delas não é uma cilada. As fichas vão sendo jogadas na mesa e cada um jura de pé junto ter o melhor jogo, alguns blefam, outros não. Mas a chuva la fora nem liga, ela faz seu papel de tempestade. Força da natureza. Indistinta. Nem boa nem má de verdade.

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